quinta-feira, 11 de abril de 2013

lembrança de um amigo



Alheio a vida e a morte
vago pela madrugada
Não sei o quê me guarda a sorte
Se vou pro Sul, se vou pro Norte
Ou se farei uma parada
Foi nessa gélida paisagem
Fria mórbida e traiçoeira
Que aprendi a ter coragem
Para enfrentar essa viagem
Mesmo que leve a vida inteira
No peito trago a amargura
Não sou resto nem sou nada
É média a minha estrutura
De mente fria e calada
De quem te amou em silêncio.

Queria

Queria ser o que não sou,
vivo ao meu lado desde que nasci
e nada vejo de interessante ou belo.
É sempre o mesmo marasmo
dias de luta, dias de sol, dias de chuva,
e sigo sempre sem saber o que quero
sou sempre esse misto de angustia com castiçais
sou essa coisa que nem mesmo é,
sem iguais, sem ilusões, banais.
Num momento, penso ser capaz
no outro, nem sei mais...


Geraldo M. Macêdo.