quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Calada da noite


Na noite o açoite do silencio cala em minha boca
E na calada da noite estou cheio de solidão
No pensamento paira um misto de sentimentos torpes
No coração o profundo pesar de verdades  amargas
Nessas horas que o relógio perde sua força, deixa escorrer suas horas
Nu, reviro na cama e me pergunto: Seria melhor a vida se nela houvesse razão?
Penso em você por mais insana que possa parecer minhas vontades
Por mais ridículo que me enxergo diante dos meus secretos pensamentos
o sol se nega a brilhar em minha face,  Contorço e sinto o peso do tempo
nem mesmo você, tempo que escorre, é capaz de ser  solidário a minha dor
lentamente me carrega, pra mais uma noite para mais uma certeza
a hora certa em que se cala em minha boca a solidão
                             
           Geraldo M. Macedo.

sábado, 29 de setembro de 2012

Barcos

A simplicidade na beleza das flores
navega no nosso peito iluminado
rápido leva a corrente o barco já avariado
de sentimentos e muitas dores, de amores inconsolados

a alegria pois, de colorido variado
permeia de sensação, o coração desamparado
navega, navega bela barcaça
e faz de minha esperança um sentimento naufragado

Geraldo M. Macedo.

Primavera


Prima vera de meus encantos, muitos cantos
Pássaros em profusão, turbilhão
Pensamentos arejados, meus amados
Vivo alegre por vê-los belos, sem mistérios

A agua surge como pincéis nos campos
Tingem tudo de verde, amarelo azul e branco
Nascem minhas adoradas rosas, minhas amigas e irmãs
Nasço eu em esperança, como criança

Sinto a alegria brotando, num renovo
De crença num amanhã colorido, como lírios
Eles sim pertencem aos campos

E ao sentir o doce de suaves cantos
Num turbilhão de amados prantos
A alegria a me envolver em mistérios
Amarelas rosas, coloridas irmãs, lírios dos meus adorados campos.

Geraldo M. Macêdo.

domingo, 24 de junho de 2012

Sonho de navegar

          
Ao fundo, em minha página, pode-se ver o meu sonho.
Sempre quis fazer-me ao mar, singrar as ondas
Em incontáveis dias de solidão
Quem deseja aventurar-se, quer estar só
Deixa pra traz amores, amigos e coisas
Para que um dia possa voltar a vê-los
Quer  ter motivos para voltar
Pois partir é também um ato de desespero
Uma forma de conciliar a dor e o fracasso
É poder pensar ao retesar o braço
Se ao sabor do murro ou do abraço
É saborear o coração
                                                           Geraldo M. Macêdo.

Ao meu lado.


Ao lado,  sempre trago um amigo
Comigo,  sempre trago um amor
Amado,  sempre rio da dor
Calado, só me entende o amigo
A vida, só pode ser bem vivida...
                          ...se nela houver amigos...
                                                          ...se nela houver amor.

No interior de meu ser, vivem ilusões
No decorrer de minas horas, multidões
No romper da aurora, esperança
No alvorecer a satisfação de ter sido eu
Nos últimos momentos de minha gloria...
                       ...resignação e medo...
                                                   ...serenidade e paixão.
                                          
                     Geraldo M. Macêdo.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

A busca

O que é mais importante? A busca ou o objetivo?
Nunca saberemos
Na busca perdemos o objetivo
É algo como a teoria da incerteza

No instante inconsciente
Um amargo sabor
Na existência inconsequente
Um grande ardor

A passagem é efêmera
A existência é suprema
Busco existir, busco sentir
No amargor transpasso a alma
Na minha dor nego a existência

Busco em cada amor uma esperança
Me apego na minha infância
No sorriso de minha mãe 
Em brincadeiras de criança

Quisera ser eu agora
mas meu ego me consome
vago na escuridão a tatear
Busco encontrar meu coração
Onde ele estará, agora?
Geraldo M Macedo
 Somos solidão

Nasce no repente, o sentimento de ira
A vida se mostra injusta
Não somos completos, somos meio
Que nunca se completa, que sempre anseia.

De repente a pessoa que temos não é nossa
E a que queremos está com outro
No ardor dos sentimentos, queremos amar e não amamos
Nem a nós mesmos, pois somos incompletos
na nossa angústia, uma pergunta não cala:-
Quem nos completará?
Não vivemos a vida que se nos dá
Vivemos a vida que não temos
Não somos criaturas racionais, somos solidão

A solidão cala no amargo de nosso ser
Rimos, brincamos, mas no fundo estamos só
Na busca sem sentido de algo que não existe
A metade de nós
Geraldo M. Macedo