sábado, 28 de novembro de 2015

A mestra e seus dias


Os anos se passam 

Eles sempre passarão
Irrefutável dilema da existência
Dia a dia seu dia se escoa
Como uma velha canoa
Que desce o rio da vida
Um dia chegará ao mar
Enquanto não chega
Pássaros passarão
E margens, e margens, e margens
Muito você verá, da canoa
Muitos não verão a canoa passar
Segue assim o curso da vida
Canoa, mar e solidão.
“O mensageiro solitário”

sábado, 2 de maio de 2015

Desesperança

Hoje eu me despeço de mim
Abro mão da esperança
Hoje eu abro minhas entranhas
Eu abro mão do meu medo
Mão que nunca toca, mão rota
Hoje não haverá abraços
Como papel que reveste paredes frias
Hoje eu me recolho aos trapos
Os restos que não servem pra nada
Hoje desesperado eu me pergunto por quê
Mesmo que no intimo eu saiba
Hoje o nada se fez, e o tudo tornou-se nada
                                                              Gerald M. Macedo.