quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Dias insondáveis.


Na imensidão dos dias me confundo,
nas horas que se arrastam me abismo,
no conforto do meu âmago quero me deitar ,
mas as pessoas sabem que se assim o fizerem ficam loucas,
ou se ausentam da existência.
Sempre achei que existia uma busca,
sem ela não se justificaria a vida,
temo, que isso seja como tudo que vi e ouvi,
mais uma ilusão,
um subterfúgio capaz de dar o tom e a cor,
um sistema interno de defesa.
Sei que vim só, sei que irei só,
mas a solidão, me apodrece os ossos,
esconde-se nos abraços de falsos amigos,
na indiferença dos parentes que se distanciam
no sorriso falso dos que não sondaram meu ser.

Geraldo M Macêdo.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Pelo infinito.


Pelo infinito errante, sem norte sem roteiro
O que buscas pobre pássaro viageiro?
A terra está distante e o mato nebuloso,
A noite se expande pelo ar saudoso

O que queres? Não deixastes teu ninho na ribeira?
O que buscas pois, pela azulada esfera?
E viestes e cansastes, mas segue seu caminho,
É sina sua, vaguear sozinho?

Voa longe de casa, e vai só, a chorar,
Ah! Também vago longe do lar.
Errantes pelos mares, sem norte sem roteiro,
Como tu, pobre pássaro viageiro.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

O silêncio

Impuseram-me o silêncio e me pareceu um crime,
Gritei sem sucesso, esmurrei sem se quer ser ouvido;
Abismei-me no escuro do silencio, e ele tornou-se meu amigo
E no silencio criei minha esperança, que se fez luz,
Hoje me sinto confortável na escuridão, não tenho medo,
O que me foi imposto se tornou amigo, e viajo pelo silencio de mim mesmo,
Conheço-me e me resguardo no meu intimo, pois a imposição é dura, mas produz frutos, e o florescer é doloroso, mas necessário a quem busca o que de melhor existe em si mesmo.

Geraldo M. Macedo.