Nas asas de um grande pássaro
Um dia voarei com certeza
E em nuvens de rara beleza
Encostarei mina face
Traga-me o odre de vinho,
Mas deixe-o do lado de fora
Em pranto beberei sozinho
Até que a tristeza vá embora
Já não me tenho em lucidez
Vago como um veleiro à deriva
Chocando contra minha sensatez
Naufragando em tua saliva
Olhe distante o poente
Sinta esta brisa, lá fora
Saiba que estarei presente
A cada manhã, que aflora
Geraldo Miranda de Macedo